sábado, 10 de dezembro de 2011

Plano de Ação


Gestantes negras e a anemia falciforme.
Grupo:
Bianca, Cinthya, Cristhiano, Dilma, Elzimar, João Paulo, Maria dos Anjos, Viviane e Virgínia – Curso de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça do Polo da UFES de Iúna.
Objetivo da ação:
Oferecer às gestantes negras informações sobre sinais e sintomas da anemia falciforme, diagnóstico neonatal e os cuidados com o recém-nato, bem como mostrar a importância de realizar o teste do pezinho nos primeiros dias de vida do bebê.
Fazer o encaminhamento ao serviço de saúde, após diagnóstico da doença, conforme cada necessidade.
Justificativa
A inserção do afrodescendente na sociedade é um tema de discussão atual e tem fundamentação em todo o contexto que se formou ao longo da história. Após anos de escravidão, de racismo e preconceitos diversos ligados ao negro, torna-se possível a inserção de novas ações que pudessem amenizar tais discriminações a partir de uma nova reflexão a respeito destes temas. Tais ações não surtirão efeito positivo se não houver antes, na base da formação do ser humano (família, sociedade e escola), uma mudança dos conceitos pré-concebidos em suas vidas. 
Mas, diante de tantas diversidades, sabemos que podemos e devemos lutar por uma qualidade de vida de todos os seres humanos, seja na sociedade, na religião, na formação escolar, na saúde. E para isso devemos realizar aquilo que nos compete.
Dentro da concepção de Sistema Único de Saúde - SUS existem princípios que norteam o atendimento do ser humano e dentre eles podemos destacar o princípio eqüidade que se baseia no princípio de justiça social, fato que se traduz em um modo de agir conforme a necessidade de cada indivíduo ou grupo. Ou seja, recorrer a ações que permitam compreender as diferentes necessidades e que disponibilizem soluções específicas ou dirigidas. Para agir com equidade é preciso conhecer as diferenças e as desigualdades existentes, e corrigir injustiças.
No princípio da universalidade, a Saúde é reconhecida como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e o acesso à saúde assistencial em todos os níveis de complexidade.
A aplicação contínua da equidade e da universalidade em todos os processos e rotinas de trabalho são princípios que contribuem para amenizar as diferenças e desigualdades no âmbito da saúde.
Como não existe no município de Iúna nenhuma política pública de saúde voltada para a população negra, endendo a necessidade de ações que possam atender as necessidades desta população, valendo-se dos meios disponíveis e capazes de suprir em parte suas necessidades.
No que diz respeito à saúde da mulher negra, identificamos a necessidade de um processo contínuo de conscientização da mulher para o cuidado com sua saúde, principalmente a gestante, pois não se refere apenas a ela, mas também à criança que está sendo gerada, sendo ela a principal responsável pelos cuidados com a saúde do bebê.
Justificando-se assim uma ação voltada para a conscientização e prevenção de doenças como a anemia falciforme durante a gestação se faz necessário. Pois a anemia falciforme é a doença genética mais co­mum do Brasil. É uma doença hereditária com maior prevalência na população negra. Atingi milhões de pessoas com índice alto de mortalidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nascem anualmente no Brasil cerca de 2.500 crianças falcêmicas e há 30 portadores do traço falcêmico para cada 1.000 crianças nascidas vivas. A OMS também afir­ma que, no Brasil, 25% dos falcêmicos sem assistência específica morrem antes dos 5 anos de idade. A melhor estratégia para a atenção à anemia falciforme é o diag­nóstico e cuidado precoce.
Mulheres portadoras de anemia falciforme apre­sentam maior risco de abortamento e complicações du­rante o parto (natimorto, prematuridade, toxemia grave, placenta prévia e descolamento prematuro de placenta entre outros). Como esta doença é mais prevalente entre as negras, elas estão expostas a um maior risco durante a gravidez e, portanto, necessitam de um acompanhamen­to mais intensivo.
De acordo com o Ministério da saúde a do­ença falciforme não é contraindicação para a gravidez, mas devido os riscos, a mulher portadora de doença falciforme deve ser acompanhada por serviços especializados.  Os recém-nascidos devem ser subme­tidos à triagem neonatal, atentando especialmente para a anemia falciforme, e dispor de serviço para atenção precoce aos portadores desta hemoglobinopatia, confor­me preconiza o Ministério da Saúde.
Descrição da ação:
1)   Reunião de planejamento com as equipes das Estratégias de Saúde da Família (agente comunitário de saúde, médico/a e enfermeiro/a) e com nutricionista.
2)   Cadastramento de mulheres negras gestantes do município de Iúna, através dos Agentes Comunitários de Saúde – ACS. Na visita de rotina aos domicílios que o ACS realiza, será feito o cadastramento e, em seguida a gestante será encaminhada ao/a médico/a ou enfermeiro/a responsável pela unidade de saúde para procedimentos necessários;
3)   Encaminhamento das gestantes negras do município para acompanhamento com nutricionista, feito pela/o enfermeira/o ou médica/o responsável por cada unidade de saúde, no dia da consulta do SISPRENATAL;
4)   Avaliação e monitoramento do estado nutricional, a ser realizado por nutricionista da Secretaria de Saúde de Iúna, a partir de exames laboratoriais;
5)   Ação educativa no dia da consulta com nutricionista: palestras, debates e distribuição de material informativo sobre anemia falciforme, disponibilizando assim informações à gestante sobre os sinais e sintomas da anemia falciforme, diagnóstico neonatal e os cuidados com o recém-nato, bem como a importância de realizar o teste do pezinho nos primeiros dias de vida do bebê. Em caso de diagnosticar a doença, fazer o encaminhamento ao serviço de referência, APAE de Vitória, para tratamento adequado.
Cronograma
Cronograma
Planejamento
Meses / 2011
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Reunião de planejamento com as equipes das ESF’s e nutricionista.









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Execução
Meses / 2012
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Cadastramento das mulheres negras gestantes do município de Iúna, através dos ACS.
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Encaminhamento das gestantes negras do município para acompanhamento com a nutricionista.

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Ação educativa: palestras e debates com mulheres negras gestantes do município de Iúna e distribuição de material informativo.

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Consultas de avaliação e monitoramento nutricional, realizado por nutricionista.

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População beneficiada
Todas as gestantes negras do município de Iúna, cadastradas no SISPRENATAL.

Bibliografia:
Anemia falciforme. Disponível em: <http://www.redesaude.org.br/portal/home/conteudo/biblioteca/biblioteca/normas-tecnicas/010.pdf>. Acesso em 25 de Nov. 2011.






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